Capítulo 40: Tipo de Missão: Defesa (5) (Parte 2)

Apoiando Eolka, caminhei lentamente em direção à planície.

A batalha ali estava terminando. Os goblins haviam sido exterminados e restavam apenas alguns ogros, balançando suas maças e berrando, embora seus rugidos logo diminuíssem.

É claro que o nosso lado também sofreu perdas significativas.

‘Existem cerca de cem soldados sobreviventes.’

A guarnição da cidade já havia sacrificado muitos antes da cavalaria entrar na briga.

Metade da cavalaria morreu enquanto enfrentava os ogros, e a maioria morreu quando os cavaleiros goblins restantes se juntaram à batalha. Se não tivéssemos usado o fogo, eles teriam sido completamente exterminados.

A floresta atrás de nós ainda estava em chamas.

Nesse ritmo, tudo poderia pegar fogo, mas isso não importava. Pode até ser para melhor. Afinal, era um importante habitat dos goblins. Se queimasse completamente, os goblins também seriam erradicados.

Jenna e Aaron se juntaram a nós à distância.

Tanto Jenna quanto Aaron pareciam uma bagunça, suas armaduras de couro manchadas de chuva, sangue e marcas de queimadura.

Jenna limpou rapidamente a fuligem enegrecida do nariz, com a expressão cansada da batalha implacável.

O último ogro restante estava travando uma batalha feroz, mas sua força estava diminuindo. Dezenas de flechas estavam embutidas em seu corpo maciço e os golpes com a maça diminuíam gradualmente.

A planície era um cenário sombrio de carnificina, repleto de corpos de humanos, goblins, cavalos, lobos e ogros. Faltavam membros e as terríveis consequências foram cobertas por uma mistura de sangue, lama e água da chuva. O rosto de Aaron mostrava uma mistura de desgosto e tristeza.

Finalmente, o último ogro caiu no chão, derrotado e sem vida.

Quando o portão norte da cidade se abriu, o líder de cavalaria, que estava montado no cavalo branco, tirou o capacete. Ele conversou com um homem que parecia ser o capitão da defesa. A distância era muito grande para ouvirmos suas palavras e, honestamente, não estávamos com vontade de nos importar com a discussão deles.

Edis, parada num canto isolado da muralha externa, acenou para nós, sinalizando que todos pareciam estar ilesos. Parecia que nenhuma vítima havia ocorrido entre nós.

Surpreendentemente, não houve nenhuma mensagem indicando o nosso retorno ao abraço da Deusa, que geralmente seguia missões bem-sucedidas.

— Ninguém morreu.

— Definitivamente estamos em uma situação diferente do quinto andar. Mas por que a missão não terminou? Já não deveria ter acabado? — Aaron questionou.

— Talvez precisemos apagar esse incêndio? — Jenna sugeriu, olhando para a floresta ainda em chamas.

Aaron suspirou, sentindo-se sem noção de como realizar essa tarefa. — Como diabos fazemos isso?

Enquanto os dois me seguiam, não pude deixar de sentir que algo estava errado.

‘Algo está estranho.’

Já havíamos lidado com todos os monstros que assolavam a planície. Restaram apenas os remanescentes humanos e nós.

No entanto, a mensagem de conclusão não apareceu, deixando-nos perplexos.

Examinando os arredores, vimos uma visão sombria de corpos sem vida espalhados pela planície. As muralhas da cidade eram altas e fortes, mas a torre de cerco estava agora em ruínas.

Não havia nada para fazer em lugar nenhum.

De repente, o céu escureceu, fazendo-nos olhar para cima com preocupação.

— …?!

Ao meu lado, Jenna e Aaron, que pareciam estar rindo e conversando, tiveram suas palavras interrompidas e congelaram no lugar.

Olhei ao redor mais uma vez, percebendo a estranha quietude que envolvia tudo.

Aaron e Jenna permaneceram congelados no meio da discussão, os oficiais no topo do muro pararam e os soldados que cuidavam dos feridos ficaram imóveis.

Tudo parecia estar congelado no tempo.

Encontrei-me sozinho, o único em movimento.

⌜Olhe para trás.⌟

Eu me virei e lá estava, a floresta em chamas. Em meio à fumaça rodopiante e às chamas dançantes, uma presença me observava atentamente.

Suas feições permaneciam obscurecidas, tornando impossível discernir sua forma, mas eu sabia, sem dúvida, quem estava ali. Pairando acima de suas cabeças, uma mensagem revelou sua identidade enigmática.

— Você… Seu desgraçado…

Ao lado dele estava uma figura misteriosa envolta em vestes pretas.

A figura enigmática me lançou um breve olhar antes de desaparecer mais profundamente no inferno envolvente.

⌜ Você…⌟

Uma voz perturbadora reverberou em minha mente.

⌜ Eu estarei esperando por você.⌟

O céu iluminou-se mais uma vez e o tempo retomou a sua marcha implacável.

Fiquei enraizado no local, incapaz de localizar aqueles caras assustadores.

Cerrei os dentes em frustração.

Um Sacerdote Obscuro.

Um monstro temível que nunca havia sido relatado nos andares inferiores.

Suas características distintas e seus poderes…

— Irmão mais velho, há algo errado? — Aaron perguntou.

Eu examinei os arredores.

A planície estava repleta de diversos cadáveres.

As muralhas da cidade, o nível térreo, a entrada do portão e dentro dele, tudo marcado com o sombrio resultado da batalha.

Falei com firmeza: — Ouçam com atenção, todos.

— Sim?

— Vá direto para a cidade. Para o mesmo lugar onde surgimos pela primeira vez. Não prestem atenção ao que está acontecendo ao seu redor. Mantenha o foco na tarefa em questão. Entendido?

— O que você quer dizer?

— Nossa missão ainda não acabou.

Meu olhar estava fixado na entrada do portão.

O líder da cavalaria e o capitão da defesa, que conversavam antes, estavam encharcados de sangue.

Um homem gritou, enquanto arrastava seu martelo de ferro, com seus membros parecendo pedaços de carne presos.

— Uuuaar!

Mas o que saiu de sua boca não foi um rugido triunfante, mas sim um som de lamento que parecia vir das profundezas de seu peito.

Um soldado, que carregava nas costas um falecido, de repente teve um buraco no peito.

Aquele que estava morto até um momento atrás agora estava se contorcendo e rastejando.

— O que… o que é isso…?

Não houve dicas.

Era um padrão completamente aleatório projetado para confundir os inimigos.

No entanto, havia uma coisa.

Eu nunca poderia esquecer isso.

A voz de quem me atraiu para este pesadelo.

Cadáveres que cobriam o chão, estavam ganhando vida.

1. Por uma questão de principios, mudei Negro para Obscuro. Se acharem um termo melhor, por favor avisem nos comentários.[↩]