Índice de Capítulo


    Um tempo depois, Qlqr1 terminou de modificar as instalações e uma mensagem do sistema apareceu.

    【Ajuste concluído.】

    Aplicando configurações alteradas. Por favor espere um momento.

    Isel estalou os dedos e um livro grosso emergiu do nada.

    [Por onde começar…?]

    Isel abriu o livro com um floreio e começou a folhear seu conteúdo.

    [Atualmente há trinta e cinco pessoas na sala de espera principal… e as instruções da Mestra são…]

    Isel murmurou enquanto examinava o livro.

    Jenna se aproximou e sussurrou para mim: — Irmãozão, o que está acontecendo? Parece que ela vai nos dividir.

    — Por mim está tudo bem.

    — Precisamos realmente dividir o primeiro e o segundo andar desse jeito? É quase como…

    — Nobres e plebeus. Se a Mestra quiser nos tratar como quiser, é uma medida natural. Não gosto, mas vai acabar bem — Eolka interrompeu.

    Ela estava agitando um leque chique que ganhou de presente.

    — Nobres e plebeus… — Jenna fez beicinho.

    Coloquei levemente minha mão na cabeça de Jenna.

    — Você acorda cedo e vai para o campo de treinamento, onde treina arduamente até a noite. E caça nas masmorras diárias durante a semana. Mais da metade da carne que comemos vem da sua caça. E além disso tudo, tem um bom desempenho em missões.

    Virei-me para a multidão na praça do segundo andar e observei as pessoas murmurando.

    Seus rostos estavam marcados por um profundo desconforto.

    — E eles?

    — Estão fazendo absolutamente nada. Você é bem ingênua. Se fosse eu, já estaria irritada há muito tempo. — Eolka cobriu a boca com o leque.

    Edis, que estava ouvindo, suspirou: — Então, em vez de síntese, ela está criando classes.

    — Isso mesmo.

    Todos os heróis na sala de espera compartilhavam um estilo de vida semelhante até agora.

    Eles dormiam na mesma cama, faziam as mesmas refeições e usavam o mesmo tipo de roupa. Embora os esforços e as conquistas variassem entre os indivíduos, as recompensas eram iguais.

    Se a sala de espera fosse gerida principalmente através de síntese com um pequeno número de pessoas, isso seria aceitável.

    No entanto, para avançar a atual sala de espera primitiva para o próximo nível, foram necessárias certas medidas para eliminá-la. O princípio da separação foi a solução.

    Personalização das instalações.

    Inicialmente, esse recurso servia apenas para decorar a sala de espera. Os Mestres não achavam que os heróis possuíam inteligência quase equivalente à dos humanos e os tratavam como dados com habilidades e classificações fixas.

    Mas eu era diferente.

    Rapidamente reconheci isso e encontrei outro uso para o recurso aparentemente decorativo.

    O que Qlqr1 construiu agora foi o modelo ‘A3’ que usei nos estágios iniciais do Niflheimr. Tinha suas desvantagens, mas era a maneira mais simples de reduzir a taxa de síntese. A visão transversal deste modelo foi esboçada no meu registro.

    Isel fechou o livro.

    Então, espalhando poeira estelar, ela deu a volta na praça.

    [Prestem atenção! Vou anunciar as atribuições dos quartos. Ouçam com atenção, pois só direi isso uma vez. É a ordem estrita da Mestra, então se você se rebelar sem justa causa, espere consequências.]

    Isel pigarreou e fez uma expressão séria.

    [As quatro pessoas do primeiro grupo estarão no segundo andar! Vocês podem escolher qualquer quarto que desejarem. O mesmo vale para o segundo grupo. Há muitos quartos, então escolham qualquer um.]

    As instruções de Isel continuaram.

    [Chloe, Enok, Alter, Patrick e Amarine também. Vocês também estão no segundo andar.]

    O alívio tomou conta dos rostos daqueles que foram nomeados.

    Duas cozinheiras, um carpinteiro, um ferreiro e um curtidor. Esses foram os heróis que aprimoraram consistentemente suas habilidades desde que foram designados a uma instalação. Havia outros membros de apoio, mas faltava-lhes habilidade.

    [Todos os outros estarão no primeiro andar.]

    — Espera!

    Um homem no canto da praça deu um passo à frente.

    Isel estufou as bochechas, que não havia perdido a gordura de bebê.

    [Você tem uma reclamação?]

    — Não há muitos quartos no segundo andar? Porque todos os outros estão no primeiro? Isso é um desperdício de espaço!

    — Exatamente! Pelo menos trinta pessoas podem ficar no segundo andar! Redistribua os quartos! — Um colega do homem gritou alto.

    Outros indivíduos descontentes começaram a expressar os seus ressentimentos em uníssono.

    — Redistribua os quartos!

    — Isso ae! Como vamos dormir em um quarto sem cama? É um absurdo!

    [Essas pessoas nunca param quando começam.]

    Isel sorriu de maneira doce e cerrou seus pequenos punhos.

    Aumentou sua altitude e desceu com tudo, atingindo o chão com força.

    Trum!

    Toda a sala de espera tremeu violentamente, como se uma bomba tivesse explodido.

    As pessoas que estavam próximas a Isel caíram de bunda no chão. A praça ficou em silêncio por um momento. Isel dobrou as asas e sentou-se no banco destruído.

    [Vocês se acham muito, né!? Há apenas um mês, todos vocês teriam sido sintetizados. Considerem-se com sorte.]

    — Mas…

    [Mas o que? Quer provar do meu soco nuclear?]

    Isel levantou a guarda e estendeu a mão direita como se estivesse dando um soco.

    Sua pequena mão se moveu em uma velocidade invisível, emitindo um som poderoso. Ela pode parecer uma fada inofensiva à primeira vista, mas estava no nível duzentos e cinquenta e sete.

    A comoção na praça diminuiu.

    Isel acenou com a cabeça com uma expressão satisfeita.

    [Agora, chega de reclamações? Vamos continuar. Chloe, dê um passo à frente.]

    Chloe deu um passo à frente com uma expressão apreensiva.

    [Sim, você. Você é a chefe de cozinha. A Mestra que ordenou. De agora em diante, você e Amarine serão as cozinheiras exclusivas do refeitório do segundo andar.]

    — Cozinheiras exclusivas?

    [Vocês serão responsáveis pelas refeições dos residentes do segundo andar.]

    — Espere um momento!

    [E o que foi agora?]

    — Você está levando as cozinheiras embora? O que devemos fazer?

    Isel franziu as sobrancelhas.

    [Descubra você mesmo. Pode comer sujeira ou não. Ah, esqueci de falar, a partir de agora é proibido o consumo de carne no primeiro andar. Você viu as batatas na despensa? Asse e coma-as.]

    — De jeito nenhum… Você está nos dizendo para comer apenas batatas?

    [Por que acha que é tão estranho?]

    — Pelo amor de Deus! Fomos obrigados a dormir em um lugar horrível e agora não temos nem comida preparada?

    Um homem robusto avançou bravamente.

    — É injusto termos sido arrastados até aqui por uma maldita psicopata que se autodenomina Mestra e agora está nos tratando assim? Você acha que vamos simplesmente ficar quietos?

    [O que você acha que acontecerá se não o fizer?]

    — Eu… Eu… Vá para o inferno!

    O homem sacou uma adaga e atacou Isel.

    Isel arregaçou as mangas. No momento em que ela pensou que iria fazer do homem um cadáver, um flash de luz irrompeu.

    O braço empunhando a adaga caiu no chão, jorrando sangue. O homem olhou para o braço direito decepado por um momento antes de gritar descontroladamente.

    — Aaaargh!

    O jovem à sua frente umedeceu os lábios enquanto girou sua espada.

    Gotas de sangue se espalharam em todas as direções.

    Foi Velkist.

    [Que diabos está fazendo?]

    — Contanto que eu não mate, está tudo bem, certo?


    Apoie a tradutora no link abaixo!

    Regras dos Comentários:

    • ‣ Seja respeitoso e gentil com os outros leitores.
    • ‣ Evite spoilers do capítulo ou da história.
    • ‣ Comentários ofensivos serão removidos.
    AVALIE ESTE CONTEÚDO
    Avaliação: 100% (1 votos)

    Nota