Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 139: Paladina e Fada
Celine aguardava pacientemente a morte. Ela sabia que era um esforço frívolo salvá-la, mas ainda admirou a escolha de seu mestre. Soava melancólico ambos falecerem próximos um do outro, representando a tristeza do mundo com os dois se sacrificando pelo bem da vida humana. O que não esperava foi terem ido tão longe, saindo dos subúrbios rumo ao centro de Verdam, isso até Liane tropeçar e ambos rolarem pelo piso de pedrinhas talhadas.
O buraco da flecha doeu ainda mais quando colidiu contra o chão. Seu corpo estava durando por tanto tempo pela resistência contra venenos, mas cedo ou tarde aquilo traria sua ruína. No final, não havia nada o que pudesse ser feito, ela até cogitou em aceitar o destino e permitir que as águas do submundo a levassem — se não fosse pelo mestre desmaiado, teria abraçado a vontade dos deuses e ficado quieta.
Os membros enrijeceram, um provável efeito da toxina que lentamente paralisaria tudo da cabeça aos pés. Não matava, apenas a manteria congelada por um longo tempo. Suspirou, mesmo se quisesse, havia pouco o que fazer naquela posição. Se um brilho milagroso não tivesse aparecido acima deles, ela teria desistido imediatamente.
Celine sentiu uma presença de uma moça forte próxima, brandindo o que parecia ser uma espada contra o ar que deixava para trás um rastro de energia dourado. Esse mesmo poder decapitou uma pessoa que sequer viu o golpe chegando, seus olhos e face ainda se mexiam, inconscientes de como acabara de perder a vida. Ela sorria, mas não como um herói que salvava inocentes, e sim igual a um psicopata assassino cujo prazer vinha do desespero das vítimas.
A garota não podia ver a face, mas cogitou imediatamente que essa pessoa era louca pela sua postura e aura, e por ter sido treinada pela Lâmina Fantasma, não se importou muito com o fato. Um frasco de poção foi colocado no chão próximo ao garoto, então ela se reergueu e apontou a espada para os malfeitores.
— Menina, se você ainda conseguir se mover, bebe essa poção e leva o pivete pra longe. Não me deixa ver sua face por nada, tudo bem?
O aviso seguiu de um avanço repentino da mulher contra as figuras encapuzadas, emitindo poder ao redor em forma de aura. Pequenas distorções tomavam o espaço, desfigurando o ar enquanto o corpo se movia pelas paredes e lajes dos telhados. Celine engoliu seco, na sua posição de serviçal, o mais sensato era realmente levá-lo embora caso conseguisse.
Forçou um pouco cada pedacinho dos membros, buscando a resistência contra toxinas a todo custo para mexer nem que fosse um centímetro. Ela alcançou o frasco e, com dedos trêmulos, tirou a rolha para beber. Jamais bebeu uma poção de cura na vida, o valor exorbitante era um luxo para meros recrutas de uma associação secreta, então o sabor cítrico tomando a língua causou ondas de choque da cabeça aos pés.
Ela jogou o frasco fora e limpou a boca, lentamente recuperando os movimentos. Trouxe Liane para as costas, carregando-o para fugirem. O que lhe surpreendeu, no entanto, era o fato de um vigor repentino possuí-la, um poder vindo do âmago que permitiu com que se movesse mais rápido. Para uma assassina treinada, facilmente sairia de cena sem que houvessem rastros, o problema vinha nas interceptações por terceiros ou ataques a distância.
Aqueles homens encapuzados tinham seus truques. Um deles lançou um projetil de fogo purpura, do qual Jessia não pôde bloquear a tempo. A esfera voou na direção das crianças, sendo bloqueado por Er’Ika. Ele ergueu uma barreira protetora, convertendo a mana em energia divina, o que fez a bola de fogo ser engolida pela parede dourada.
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Revelando-se como uma pequena fada vermelha, Er’Ika suspirou. Isso já era estresse demais, óbvio que esses homens idiotas iam causar furdúncio por duas crianças numa hora errada. Ao menos, a guerreira Jessia dava cabo de alguns com uma facilidade tremenda, era assustador vê-la deslizar a lâmina pelos corpos dos desavisados. Ainda assim, existiam pestes incomodas que queriam a todo custo arrancar o crânio daquelas almas inocentes.
A fada fez uma expressão enojada, acreditava ser mais do que hora para testar seus novos brinquedos.
— Ei, ceguinha, fique perto e não leve o pequenino para longe, vou acertá-los com minha magia.
Celine ficou boquiaberta. Primeiro, uma paladina insana com um desejo fervoroso por sangue, segundo, uma entidade cujo poder era superior aos inimigos. Apenas o mestre Liane teria contato com duas pessoas surpreendentes, sem contar as várias outras que conhecia, como o bispo e o marquês.
Ela sentiu cada movimento da cena, desde espada de Jessia perfurando além das túnicas pretas e arrancou pedaços inteiros de carne e até Er’Ika evocando uma saraivada de relâmpagos para eletrocutar os inimigos. Existia um movimento inatural, o ambiente ao redor parecia se distorcer pelo excesso de forças circundando o ar.
A entidade estava plenamente concentrada, replicando o mesmo procedimento de externar energia que tanto praticou, usufruindo tanto da própria fonte quanto de Liane. Só assim seria possível disparar tantas magias de uma vez, o barulho parecia até mesmo indicar uma tempestade prestes a assolar Verdan. Os relâmpagos encheram o beco de luz, quebrando janelas distantes por causa dos ecos, como se o deus dos raios estivesse furioso com o mundo.
A barreira enfraqueceu, uma consequência de abusar de seus poderes, porém a barragem de ataques fritou até os miolos dos malditos. As carcaças mortas foram o banquete noturno, aprimorando o banco de memórias com conteúdo o bastante para controlar a energia demoníaca. Jessia limpou os telhados com a espada, jogando os cadáveres para dentro do beco com chutes.
A lua brilhou acima das duas figuras, seres imponentes contra a causalidade e cujo medo para massacres era próximo do nulo. Estava amedontrada, encolhida por tantos barulhos de explosão e de carne sendo rasgada. Engoliu seco, ouvindo os passos da paladina se aproximarem.
— Certo, agora é hora de cuidar dos dois…
Jessia encarou ambas as figuras, especialmente Celine, cuja cegueira era evidente devido a falta de brilho nos olhos. Não ligou muito, dando de ombros e apenas puxando-a pelo braço para seguirem viagem.
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