Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 20: Um Simples Favor
Z observou a cena se desenrolar com curiosidade. Se não fosse pelo fato de estar interessado no garoto, deixaria a mulher esmagar sua cabeça o quanto quisesse, por isso no último momento interveio, segurando sua perna e levantando-a para derrubá-la.
Antes de qualquer palavra sair da língua afiada da boca traiçoeira de sua parceira de negócios, sacou uma série de agulhas e arremessou, desenhando o contorno direito da cabeça dela. A moça arregalou os olhos e rangeu os dentes, pronta para tirar sua cimitarra da bainha e avançar para cima de seu ex-colega, mas uma mão erguida a interrompeu. Era o assassino, esboçando um sorriso enquanto escondia a face com o capuz sobre a cabeça.
— Não se precipite demais, Jessia. Se eu o trouxe, significa alguma coisa, certo?
Jessia, a bandida mal-encarada, levantou-se e franziu o cenho. Em tempos passados, talvez sua expressão furiosa seria um ótimo motivo para cortejá-la, uma pena que os fios brancos e a meia-idade tomando território ao marcar rugas e cicatrizes pelo rosto tiravam o charme da juventude. Durante seus anos de “serviço”, nunca um parceiro de negócios havia sido tão ousado ao ponto de permitir que a morte de um dos seus homens ocorresse em prol de alguém que estava interessado.
Ela sentiu vontade de rasgá-lo em pedaços ali mesmo. Se não fosse pelo fato de Z ser um assassino da Lâmina Fantasma e ter um conjunto de adereços escondidos naquele cinto de utilidades, ordenaria seus homens para avançarem e arrancar sua cabeça, para então obterem toda a recompensa pelo sequestro de Silva Tanite. A tentação era grande, mas se conteve, engolindo o orgulho garganta abaixo.
— E eu posso saber o porquê?
Z soltou uma leve risada, gostando da forma como as veias pulsavam na testa de sua amiga e como era fácil lê-la.
— Ele é um caso que me atraiu muito, além do mais, como uma criança mataria um mago? — O homem ergueu as mãos para o alto, atraindo os olhares dos demais capangas espalhados pelo acampamento. — Mesmo que Quari fosse pego de surpresa, não seria o bastante para matá-lo. O tempo de reação de um mago com bastante experiência em combates, somado às magias de aprimoramento, seria um pouco alto demais para lidar com um mero garotinho correndo em sua direção, não concorda?
As sobrancelhas de Jessia se contraíram em dúvida ao ouvir isso. Era um feito muito impossível.
— Como você tem tanta certeza que não foi outra pessoa?
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— Tem algum sentido uma pessoa matar um mago e desaparecer? Se alguém viesse ajudá-los, teria levado os dois, ou no mínimo me enfrentado. Também não tinham rastros, o corte no pescoço de Quari foi feito por alguém inexperiente com a lâmina, fazendo com que arrebentasse a carne ao invés de cortar apropriadamente.
Er’Ika, que ouvia a conversa, se sentiu ofendido pelo comentário. Ele matou o homem e era isso que importava.
— Bom, o nosso amigo está meio consciente — comentou Z, ajoelhando-se e notando o olho aberto do garotinho, mas logo notou um problema. — Merda, ele tá morrendo. Pode me fazer o favor de emprestar uma das suas poções de cura, Jessia? Te pago depois.
— Pagar depois? Você acha que eu tenho algum problema mental pra aceitar essa sua furada?!
— Poxa, me faz só esse pedido. Eu me livrei do capitão deles, não é? O que custa me dar só uma poção de cura quando te fiz o favor de não perder tantos homens assim nesse negócio? Duvido muito que até mesmo outra pessoa morreu além de Quari.
Escutando aquelas palavras, a mulher suspirou e pegou um frasco vermelho de uma bolsa jogada próxima à fogueira, arremessando-a sem cautela nenhuma para Z, que pegou no meio do ar e ainda assim sorriu grandemente. Aquela velha ainda insistia nessa teimosia e deixou a vida de um pobre garotinho por um triz. Ele não estava furioso, além do mais, aquilo era uma mera aposta.
O assassino virou o corpo do menino e fez uma expressão azeda ao ver a marca em seu rosto. O olho bom o encarou com curiosidade, a nebulosidade em sua pupila parecia indicar um estado semiconsciente. Er’Ika prestou bastante atenção no que fazia, desde o movimento cuidadoso em retirar a rolha do frasco com líquido carmesim até o seu jeito de levá-lo à boca de Liane.
A água sangrenta desceu pela sua garganta, redobrando a atenção da entidade, que imediatamente entendeu o significado da entrada repentina de nutrientes pelo corpo de Liane. A poção de cura, se assim lembrasse do nome, era na verdade uma bomba de recursos para a preparação do corpo, cheio de substâncias que aceleravam o processo curativo e de outras essenciais para a manutenção de músculos e feridas. Er’Ika se deliciou com a visão de tantas coisas entrando ao mesmo tempo, se duvidasse, era o equivalente a um mês inteiro de caça na floresta condensada num punhado de água.
Oh, pelo visto os humanos não são inteiramente inúteis. Isso vai ajudar bastante… Hehehehe.
Inconscientemente, Er’Ika acabou desenhando um curto sorriso na face de Liane. Z tomou um susto ao ver tal reação, na verdade quase puxou sua faca do bolso e o esfaqueou, pelo simples fato da poção reviver uma pessoa diante de seus olhos. Para alguém ter uma reação debochada assim num momento de vida e morte, ou era louco, ou o chute na cabeça feriu gravemente o funcionamento de sua mente.
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Ele torceu pela primeira opção, porque assim pelo menos ainda poderia usá-lo no futuro. Até loucos tinham seu valor num grupo de viciados em matar.
— Jessia, deixarei os dois nas suas mãos agora — falou o homem, erguendo-se e olhando por cima do ombro. — Irei atrás do nosso negociante. Leve-os para o seu esconderijo, ou seja lá como chama aquele xilindró. Retornarei em alguns dias… Ah, e trate de manter esses dois bem, do contrário…
O sorriso na face de Z continuou, mas o tom no final de suas palavras e a face completamente inalterada passaram bem a mensagem. Jessia já estava irritada com essa atitude tão arrogante, então abanou a mão como se quisesse espantar um cachorro selvagem a incomodando.
O assassino riu, correndo para dentro da floresta e desaparecendo de vista. Já os capangas e a própria comandante do bando… eles tinham bastante trabalho a fazer prendendo todos os capturados com correntes e os levando para uma longa caminhada noturna.
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