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    Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.

    De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!

    A esgrima de Zana foi brutal contra um oponente que não estava à altura, e sua morte virou um fato inevitável. Dentre todas as pessoas que aquele assassino enfrentou, aquela mulher foi a pior possível, pois sua habilidade e poder eram impossíveis de se combater com truques e artifícios especiais. Seu corpo ficou caído contra uma parede, havia um buraco no peito com carne chamuscada, e sangue parou de escorrer da boca e nariz. 

    Para ter certeza da morte, ela estocou algumas vezes contra seu coração, então cortou o pescoço. Mal saia sangue direito, sinal de que o alvo tinha sido devidamente eliminado. Levando em conta a profundeza da floresta e também o quão remota era a localização, não precisava se preocupar em se livrar do corpo. Animais, monstros ou vermos comeriam a carne podre de qualquer forma, mais cedo ou mais tarde o cadáver seria reduzido a ossos.

    Zana guardou sua rapieira no lugar. Ela pegou de volta o pano encontrado no quarto, era as mesmas roupas que Liane usou, ou seja, ele passou por lá alguma hora. Seu dever era proteger o garoto, no entanto, fora ordenada a se manter de fora quando o ataque aconteceu. Aquela noite era viva em sua memória, desde que o primeiro invasor pôs os pés para dentro do orfanato, sua mente ligou de uma hora para a outra.

    Ela fez de tudo para proteger as crianças e as mulheres ajudando no casarão, enviando-os para um porão escondido. Isso tudo aconteceu muito rápido, e então ela usou a Pedra Comunicadora que sempre escondia no seu quarto para enviar uma mensagem a um certo alguém.

    — Madame, o orfanato está sendo atacado. Levarei Liane para longe, as outras servas estão cuidando das crianças no porão e…

    — Não é necessário.

    — Madame?! Ele pode morrer se o deixarmos só! Por favor, não faça isso!

    — Já lhe disse, não é necessário. Liane é alguém extremamente inteligente, no entanto, não sabe usar a força que reside dentro dele. 

    — Mas isso pode matá-lo, ou talvez causar dano permanente… É muito perigoso.

    — Obedeça o que estou dizendo e deixe Liane em paz, Zana. Ele só poderá se tornar mais forte se passar por tribulações semelhantes às minhas, do contrário, não será poderoso como eu sou.

    A irmã mordeu a ponta da língua. Mesmo que não fossem relacionados a sangue e na verdade Zana estivesse numa posição inferior à da criança, ainda o via como uma pessoa pura, um menino cheio de energia e com um caminho brilhante de inocência. Porém, a madame, aquela que comandava todas as ações e sustentou o orfanato que foi sugestão de Zana, queria pincelar cores escuras nesse belo mundo.

    Doía o coração seguir tais ordens, só que nada poderia ser feito. Por dias, ela esperou de longe, querendo estrangular os bandidos que ousaram tocar num fio de cabelo de Liane. Se soubesse de tudo o que aconteceu dentro do covil, talvez ninguém tivesse saído vivo durante seu acesso de raiva.

    As emoções foram afundadas no peito, e quando informou a madame Isis sobre o sequestro de Silva Tanite, os eventos se desdobraram de uma maneira surpreendente. Sion, o patriarca da família Tanite, chegou antes dela, atacou o covil e recuperou sua filha, mas não encontrou em lugar nenhum o garoto, que desapareceu deixando somente as roupas como rastro.

    Para piorar a situação, Zana ainda teve que matar um dos assassinos pertencentes a Lâmina Fantasma, o sujeito responsável pela bagunça. Se não fosse por uma variável que aquele assassino desconhecia, sua vida não seria ceifada. Uma pena que as coisas vieram a tomar tal rumo. 

    “Preciso informar a madame e o líder deles sobre isso…” Ela caminhou para fora da caverna, passando o dedo numa pedra hexagonal nas mãos. — O meu trabalho seria menor se a madame não fosse gananciosa assim… 

    A Pedra Comunicadora piscou algumas vezes, assim que seu brilho estabilizou, ela disse:

    — Na escuta? 

    — Estou com meus ouvidos sempre abertos para você, senhorita — respondeu uma voz grossa do outro lado, de um senhor. — A que devo a honra?

    — Não precisa de formalidades. — Ela seguiu em linha reta, avaliando o ambiente antes de saltar para cima das árvores e usá-las para se propulsionar mais longe. — Apenas quero relatar que uma das facas ficou cega e foi devidamente descartada por cometer um erro.

    — Entendo. Creio que esteja se movendo agora, por causa do som. Identificou o sujeito?

    — Seu nome era Z, estava disfarçado sob o nome de Jay como um cavaleiro da escola de Silva Tanite. Ia fazer um negócio com um nobre da corte real para trocá-la, no entanto, a madame Isis interviu.

    — Hmm… não é do feitio dela fazer algo assim. Pode me dizer o motivo?

    — O assassino tocou numa coisa importantíssima da madame sem saber, e ela, enfurecida, retribuiu na mesma moeda. É injusto, porém faria o mesmo em seu lugar.

    A ligação do outro lado demonstrou pleno silêncio, interrompido somente pelo rabiscar de papel do outro lado da ligação. O vento gelado penteou os fios ruivos de Zana, cujo corpo se movia habilmente entre os galhos e a atenção se expandia numa esfera larga. Tudo que precisava era achar o garoto, usando qualquer meio necessário.

    Desde o princípio sabia do erro da madame, não comentou porque previa o tipo de reação advinda dela, logo, o melhor era agir nas sombras e esperar pela oportunidade. Agora que ela queria saber do estado de Liane, não seria difícil também oferecer ao menino apoio sem ser notado. Um guarda forte, algum equipamento útil, dinheiro, todas as opções pareciam viáveis, mas o que de fato queria era uma pessoa ao seu lado para ter segurança de mantê-lo a salvo.

    — Senhorita, terminei de arquivar o documento a respeito do assassino. O caso já está fechado.

    — Obrigada. Mais uma coisa, você tem algum daqueles seus assassinos mirins à disposição? 

    — Temos vários. O que você deseja com eles?

    — Separe um, o melhor que tiver. Quero usá-lo como proteção a um certo alguém.

    Aquele pedido foi estranho, o que causou uma certa hesitação na voz do senhor do outro lado.

    — Se for o caso, por que não escolhe um dos nossos agentes mais sofisticados? Tenho certeza que eles poderão ajudá-la no que quiser.

    — Não. Se eu fizer isso, a madame suspeitará. Este pedido é meu, não dela. Ninguém estranharia se um dos recrutas desaparecesse de uma das agências, por isso tem que ser um desses.

    — Entendido. Vou preparar um agora e lhe passarei as informações mais tarde. Há mais alguma coisa em que posso ajudar, senhorita?

    — Separe aquele colar, Ted, o que te entreguei há cinco anos atrás. Ele salvará a pele do meu protegido enquanto usá-lo.

    Com isso, a ligação terminou, e tudo o que Zana precisava fazer era achar Liane para protegê-lo dos perigos do mundo real.


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