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    Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.

    De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!

    Liane talvez fosse um garoto cheio de sorte por ter um bispo do seu lado. Pouco tempo depois do alerta, uma mensagem foi enviada ao marquesado Tanite a respeito de um certo alguém que procuravam e, como de se esperar, a resposta veio quase imediatamente. O problema era chegar na localização em si. 

    Para se ter uma noção exata, Liane e os demais se encontravam no limite do que era chamado “Território Livre”, uma região dominado pela família imperial e que por vezes recebia administração dos feudos mais próximos, sendo estes o condado Minus e o marquesado Tanite. Esse espectro na divisão política ajudava, em parte, a controlar as ações de muitos nobres, só que era uma área que não podia ser militarizada e estava mais ou menos próximo do centro do reino, como se fizesse uma referência ao “coração de uma nação”. Por esse motivo havia um problema.

    Quem vivia nessas áreas normalmente não tinha um visto aprovado, pois um Território Livre tinha o domínio oscilatório e nem sempre os residentes ganhavam a chance de terem um visto, o documento necessário para transitar entre feudos e determinadas regiões. Essa questão, por outro lado, era mitigada devido a uma figura bastante influente.

    — Se vamos para Verdan, então irei junto — disse o bispo, assumindo o cargo de líder nessa viagem.

    Vylon era muito influente por conta da sua posição na igreja, logo, qualquer posto avançado abriria passagem sem realizar nenhuma queixa. Mesmo que fosse crime, ele devia um certo favor aos heróis da Vila do Dente e possuía uma série de questões importantes com o deus, então Lithia com certeza o perdoaria. Existia também um segundo motivo secreto, envolvendo a catedral localizada aonde iriam.

    Verdan era uma das grandes cidades do reino, conhecida por sua política revolucionária democrática, onde tanto plebeus quanto nobres passavam pelo mesmo tipo de julgamento em prol de assumir cargos no governo. Diga-se de passagem, a maioria que obtinham esses cargos eram nobres devido a sua educação bem abastada.

    Uma comotiva fora rapidamente montada, as pessoas que iriam eram Vylon, Liane, Celine, Zana, Jessia, Grey e por fim Ludio. Originalmente, o último da lista não iria, levando em conta que eram questões muito pessoais a se tratar na cidade, porém ele insistiu tanto que tiveram de levá-lo.

    — Eu imploro, me leve com vocês, por favor!!! — chorou o velho nas pernas de Vylon, sujando tudo com lágrimas e catarro. — Vou sofrer tortura eterna se eu não for e dar meu depoimento a Guilda de Magos, eu preciso contactá-los da existência de Liane, eu imploro!!!

    O apelo constante — unido a falta de roupas limpas do bispo de tanto ser abordado daquela forma. — forçou um compartimento a mais na viagem. Vylon fez uma careta feia, seu maior desejo era manter Liane em segredo do mundo para que aquela outra entidade não fosse relevada, porém, se envolvesse a Guilda dos Magos, poderiam fazer algo a respeito.

    A Guilda dos Magos era um grande grupo espalhado por todo o reino de Kirstein — a nação em que viviam. —, e possuía um arsenal enorme de magias e conhecimento arcano. Era por causa deles, inclusive, que muitas máquinas surgiram nos tempos modernos e a vida de muitos foram facilitadas. No entanto, esses indíviduos eram responsáveis por outro tipo de educação: a magia. Tendo tanto poder em mãos, eles construíram diversas escolas, academias e universidades pelo reino inteiro, crescendo assim em influência e poder, existia uma até mesmo uma academia enorme em Verdan.

    Uma determinada hora, Vylon chamou Liane de canto e pediu para conversar com Er’Ika a respeito da situação, pouco antes de aprovarem a ida de Ludio.

    — Seria uma boa ideia permiti-lo vir conosco. Ele pode lhe dar uma aprovação para entrarem numa academia mágica.

    — E por que isso nos interessaria? — perguntou a entidade sombria, agarrado ao garoto.

    — Eles estudam de tudo um pouco, e há bolsas e laboratórios especiais para quem se demonstra com alta perfomace. Se conseguirem uma, ou quem sabe se destacarem da maneira certa, vocês poderão estudar sobre almas e espiritualidade envolvendo magia, o que resolveria o seu problema.

    Aquele argumento era ótimo, de fato era uma possibilidade crível dada as condições que estavam e unidos a vantagem absurda que a entidade daria a Liane. Por outro lado, isso ergueu uma suspeita.

    — Bispo, você teme a mim, então por que está me ajudando?

    — Sei que não é um demônio. Caso fosse, eu sentiria, e sua personalidade também transmitiria o mesmo. Demônios não ajudariam de forma alguma a heroína a matar aquela serpente, pelo contrário, se uniriam ao monstro e causariam caos, por isso confio na sua índole o bastante para não acreditar que faria o errado ou o mal sem motivo.

    — Hmmm… um homem de sábias palavras.

    A conversa se encerrou abruptamente desta forma, encerrando de uma vez os preparativos para a partida. Com o raiar do sol no dia seguinte e os últimos flocos de neve despencando do céu, enfim o grupo estava pronto para sair, dando adeus aos camponeses e fieis que ficariam para trás.

    Grey, quem mais tinha uma expressão dolorosa, abraçou uma última vez Brutus, Joan e por fim Relena. Eles trocaram sorrisos, risadas e agora estavam se separando mais uma vez. Dava um mal-estar terrível vê-los dessa forma, sem que pudessem comemorar.

    — Ei, idiota, não vá chorar… — disse Relena, apoiada em duas muletas que se transformariam em armas mortais se ele demonstrasse fraqueza. — Ainda vamos nos ver de novo, não é o fim do mundo.

    — É… eu espero que sim. Adeus, pessoal.

    Essa última troca de palavras marcou a separação. Os cavalos e a carruagem seguiu ao longo da trilha, tornando-se diminuto conforme os segundos passaram. Relena não tirou os olhos nem por um momento, apreciando os instantes que viu a silhueta de Grey, até enfim não estar mais na sua vista. Um pesar pendeu no peito, igual a vez que se separaram quando eram crianças.

    — Tenha forças, Grey, estaremos torcendo por você aqui.

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