Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 71: Conversão de Energia
A interrupção foi bastante ruim e a situação que veio logo em seguida tornou tudo ainda pior. Er’Ika assistiu a todo o conflito, criando pleno motivo para se enraivecer com Milea, que retornou depois de algumas horas de recuperação quando suas colegas já haviam adormecido. Uma enorme faixa branca foi enrolada no seu peito para conter o ferimento, o que fez a entidade esquecer a ideia de lançar uma onda de xingamentos e raiva na sua direção. Ver a força de Jessia de primeira mão era um dado importantíssimo.
— Perdão, mestre — disse o demônio, ajoelhando-se à frente da sombra distorcida da divindade. — Não pude concluir o dever de eliminá-la, aceitarei qualquer punição para retribuir o que causei.
— Não queria que matasse aquela mulher, mas ainda assim, você fez um bom trabalho. — A silhueta esticou seus apêndices para mais perto. — Só que, como você agiu sem minha permissão, terei que tomar algo de ti. Tire parte da sua energia demoníaca e lance dentro do corpo do pequenino.
— Mes-Mestre? Isso pode matá-lo, tem certeza?
— Absoluta. Por que eu deveria temer a energia de você, que é mais fraco que eu?
Milea pensou em responder que com certeza seria destruída caso a criança morresse e Er’Ika saísse do selo, contudo, se conteve para não ofender o próprio mestre. Assim, ela obedientemente esticou a mão na direção do menino, a sua palma ganhou um tom arroxeado que logo se tornou vermelho, caindo em grãos e inundando as veias dele com seu poder.
O objetivo de Er’Ika era testar uma teoria. Após matar aquele demônio estranho, ele conseguiu transformá-lo em uma fonte de energia para si mesmo, praticamente aumentando suas capacidades por arranhar o suposto selo dentro de si. Se sua hipótese estava correta, ele também podia controlar essas substâncias estranhas que invadiram Liane e estavam lentamente destruindo seu organismo.
Quando as partículas obscuras adentraram, a entidade começou seu trabalho de coletá-las por estar familiarizado com sua composição após consumir aquele cristal demoníaco. Para sua surpresa, era muito mais fácil do que acreditava, seu movimento era simples depois de entender seu funcionamento, permitindo deslocá-la para qualquer lugar. Por uma questão de segurança, levou todas para os ombros, local que podia conter grande parte das partículas e efetivamente desviar das zonas críticas, como o cérebro e coração.
Se aquele cristal é energia demoníaca densificada, quer dizer que posso fazer o mesmo. Devo tomar cuidado para não danificarem os membros do pequenino.
Com a concentração correta e seu foco voltado às fontes de energia, Er’Ika rapidamente acumulou nos dois pontos e viu magia acontecer diante de seus olhos, as partículas atraiam umas às outras. Lentamente, o restante do miasma, os resquícios de energia demoníaca, também foram levadas a esses focos, o que aumentou ainda mais a densidade na área.
A entidade ficou extremamente satisfeita, assim, usando da sua recém-adquirida habilidade, consumiu ambas as massas negras e depois a tornou em energia pura, o que causou aquela mesma impressão de algo quebrando. Existia também outra coisa específica, ele reparou como aquela fonte possuía um “sabor” diferente da primeira vez que experimentou.
Imediatamente, uma série de informações veio à sua mente. Elas não faziam sentido, aparecendo em um idioma esquisito que seu banco de dados sequer compreendia, porém possuía uma clara intenção, “durma”. Usufruindo do poder ainda residente no corpo do garoto, Er’Ika usou os poros na ponta dos dedos para manifestar aquela coisa, liberando uma névoa que se espalhou pelo quarto.
— Mestre?! O que… é… isso…?
Um baque soou dentro do quarto. Ao conferir, a entidade confirmou que Milea estava no meio do quarto, caída. Os pontos se encaixaram na mesma hora, ele havia aprendido um feitiço específico daquele demônio, no caso, o de adormecer. Essa ferramenta era bastante útil, mais do que as pessoas comuns pensariam, pois se até mesmo uma criatura sobrenatural caísse nele, queria dizer que outros seres mais simples sofriam o efeito com mais intensidade.
Para pegar seus oponentes de guarda-baixa ou para infiltração, era um ótimo truque.
Sabendo que Milea não acordaria tão cedo, Er’Ika decidiu experimentar mais um pouco.
Se eu consigo manipular a energia dentro deste corpo, o que aconteceria se eu tentasse converter a que está fora?
Liane era a todo momento bombardeado pelo miasma, porém com a descoberta recém-feita, essa energia poderia muito bem ser convertida e absorvida. O problema fatal era a necessidade de estar “dentro” do corpo, logo, ele cogitou o que aconteceria se tentasse capturar o que estivesse no ar, igual a usar um filtro para pegar somente isso.
Mas tem muitas coisas lá fora, na verdade, essa realidade inteira é uma bagunça pelo tanto de fenômenos acontecendo ao mesmo tempo. A energia demoníaca é só uma pequena coisa no meio de tudo.
De partículas diferentes a reações químicas invisíveis, tudo era notado por Er’Ika, obrigando-o a ter uma inspeção muito minuciosa na hora de criar um jeito de pegar o que queria. Mesmo assim, ainda tentou, havia a noite inteira pela frente até que Liane acordasse, e de fato queria algum silêncio para focar nos seus próprios interesses. Milea estar dormindo ali ou não pouco importava.
Com a atenção totalmente voltada para isso, ele constou nos dados a composição da energia demoníaca e assimilou com o ambiente, logo reparando os diversos pontos roxos avermelhados voando. A questão era como puxá-los para perto e apanhá-los.
Será que eu consigo criar energia demoníaca? Assim posso trazê-las para perto.
Era uma boa escolha, mas tinha um porém: se usasse da própria energia para tomar outra, aquilo seria praticamente um esforço inútil, pois consumiria no mesmo nível que absorvia. Disso, sua cabeça tentou decifrar como resolver o mistério, até aparecer uma segunda coisa para atrair mais ainda sua atenção.
A mente de Liane parecia turbulenta, havia uma bolha lá dentro, movendo-se por conta própria. Era um sonho. Fazia muito tempo desde que Er’Ika viu um, e estava mais do que curioso para vê-lo. Lançando sua dúvida para o lado, a entidade se aprofundou no sonho, agindo como a plateia de uma exótica peça de teatro.
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