Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 9: Um Duelo Injusto
Aymeric e Jay consideravam a senhorita Silva problemática não pelos padrões tradicionais das crianças, em que pegadinhas, chutes, afrontas e muitos outros comportamentos rebeldes pavimentavam as razões pelos seus receios. Ao invés disso, ela era considerada problemática para os demais por causa de seu desejo constante por lutas, herança de seu pai.
A todo momento, Silva procurava alguém para testar seus limites e praticar, poderia ser desde o capitão de um batalhão ou uma pessoa que via na rua, qualquer pessoa prestava para satisfazer seu ego. E claro, por puro azar, Liane foi uma dessas pessoas escolhidas. O motivo da desafiante para ir tão longe era simples: estava de frente a uma pessoa de idade semelhante ou igual a sua, então em termos gerais, ambos estavam no mesmo nível, logo batalhariam com tudo e ainda estariam em níveis iguais.
Talvez não tão semelhantes por causa da diferença de habilidade, no entanto, ela acreditava que a força ganha por trabalhos braçais no campo feitos pelo seu oponente removeria essa lacuna. Não havia erro pensar assim, Liane de fato era um pouco mais forte por causa do tanto de baldes d’água que carregava consigo todo dia, mas isso não o tornava muito diferente das outras crianças.
Na realidade, era mais fácil acreditar que ele fosse o mais fraco entre todos os garotos do orfanato.
Vamos encará-la, então. Eu quero que você participe, é uma oportunidade para testar os seus limites.
Um frio correu pela espinha do garoto ao ouvir aquelas palavras. Ele concentrou seus pensamentos e respondeu: “Erika, ela tá falando sério mesmo! Eu não quero apanhar!”
Você não vai apanhar, pequenino. Estou com você, lembra? É nossa chance de ver como são lutas reais de perto e usarmos as minhas habilidades somadas às suas. Não dá pra perder a chance.
“Tem certeza que dá certo? Eu não gosto da forma como ela me olha e tenho mais medo ainda de levar uma pancada e desmaiar…”
Hah, tudo bem, lute o quanto puder e quando você entrar numa situação de emergência, eu vou possuir uma parte do seu corpo e te tirar da enrascada, ok? Qualquer coisa, basta correr o máximo possível. Duvido muito que a menina consiga te pegar usando esse vestidinho.
Liane respirou fundo e pegou a espada de madeira no chão, segurando com as duas mãos e apontando na direção da menina. Silva, com passos lentos e delicados, rodeou seu oponente, atentando-se desde a posição dos ombros até o espaço entre os pés.
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O garoto não sabia o que fazer, se devia avançar ou recuar, e até tinha medo de acabar golpeando e machucá-la. Como já não havia como voltar atrás, decidiu dar o primeiro movimento. Ele saltou em linha reta e despencou a espada erguida para o alto numa linha vertical.
Silva deu um passo para trás, a arma de seu inimigo colidiu contra a neve, e vendo a guarda exposta, contragolpeou com uma estocada no meio do peito que o empurrou para trás. Liane sentiu aquela pancada e pensou que parou de respirar por um momento, até que o ar voltou a fluir pela garganta.
Agora havia uma dor irritante na região atingida, o ataque foi forte o bastante até para fazê-lo querer largar aquele pedaço de madeira e correr sem olhar para trás. No entanto, não desistiu, já que era tarde demais para ir embora e queria saber do suposto limite que Er’Ika falou.
Novamente Silvia o rodeou com seu caminhar lento, e a partir disso Liane reparou numa série de coisas estranhas, como o jeito que o corpo dela ficava virado para um lado e a forma como seus pés pareciam minuciosamente separados. Ele tentou imitá-la, mas não viu diferença alguma.
Idiota, óbvio que tem uma mudança. Seu corpo fica mais firme quando deixa as pernas desse jeito e impede que você caia facilmente.
“É estranho ainda assim, sinto que não consigo me mover direito quando faço isso, como se eu estivesse rígido… E como você sabe disso, Erika?”
Ora, eu estou no seu corpo, eu sei tudo dele, até quando há as menores mudanças possíveis. Agora me ouça: imite-a ao máximo, ela é mais experiente que você em todos os quesitos, logo, replicar o que ela faz é o equivalente a tomar uma pequena vantagem.
Liane acenou e se concentrou na movimentação da inimiga, que por sua vez tomou a frente e estocou outra vez, forçando-o a levantar a espada e aparar o ataque no meio do caminho. O impacto empurrou sua proteção um pouco demais para o lado, e imediatamente Silva se aproveitou dessa janela para atingi-lo na barriga pela lateral.
A dor foi imensa, especialmente com o jeito curvado da criança na hora que recebeu o golpe, e piorava quanto mais golpes recebia. Suas mãos segurando a espada enfrentavam uma série de marteladas, que pareciam derrubá-lo a cada instante.
Liane era empurrado para trás, criando uma trilha de neve na sua frente conforme a sequência de ataques vinha. Chegou a um ponto que um de seus braços ficou dormente de tanto colidirem as espadas. Nessa hora, seus dedos formigaram, a sensação subiu pelos músculos e amoleceram o membro.
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“Erika…?”
Eu irei acabar com a palhaçada agora, com licença.
A arma de Silva estava vindo num movimento transversal, os olhos do garoto viam com clareza a trajetória, mas bastou Er’Ika se apossar do controle que tudo acabou num piscar de olhos. Enquanto o objeto vinha em sua direção, o braço molenga de Liane contra-atacou com uma única pancada na espada, a colisão foi tão forte que as duas se destruíram no momento do choque.
Silva deu um passo para trás de susto, ela não percebeu aquilo vindo e seu coração acelerou no instante que a silhueta do golpe apareceu. Suas mãos estavam tremendo, o pedaço de madeira que segurava se tornou tralha igual ao de seu oponente, praticamente inúteis para lutar.
Liane, por outro lado, estranhou aquilo. Foi muito rápido, muito mais do que esperava, assustando até a si mesmo quanto às capacidades de seu corpo. Ele olhou para a arma totalmente destroçada em sua mão e largou no chão, vendo que não serviria para mais nada.
— Desculpa por isso, foi sem querer… — Juntou as pontas dos dedos em um sinal sincero de perdão, ao mesmo tempo que abaixou o olhar para o outro lado.
Silva sorriu de orelha a orelha, também jogando aquele objeto no chão. Seus dois cavaleiros ficaram espantados com a cena, mas não fizeram nada além de olhá-la se aproximar de Liane e pegar em suas mãos. Ela o fitou no fundo de seus olhos, sem mover um centímetro, e por fim disse:
— Eu quero que você seja minha!
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