Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 141: Lança Encantada
Depois de serem tratados, Liane e Celine foram encaminhados aos aposentos do bispo Vylon. Cada indivíduo da hierarquia religiosa ganhava benefícios baseado na sua posição, os bispos, por exemplo, recebiam quartos privados nas igrejas e catedrais por onde passavam, além de acesso privado a assuntos importantíssimos sobre as relíquias divinas. Existiam mais detalhes, mas tinham pouca relevância no momento.
O que de fato importava era o poder político desse homem. Ele conseguiria comandar uma frota inteira, ainda mais quando Jessia, a nova talento entre os paladinos, exigisse uma reunião de emergência. Ambos se tornaram mais ou menos conhecidos, logo, para ter um encontro urgente, algo realmente sério teria acontecido.
Os três adentraram o cômodo, um quarto amplo com uma varanda para a cidade de Verdan, decorado com um tapete esverdeado no piso e um triângulo instalado na parede, o símbolo de Lithia. Vylon estava sentado numa cadeira atrás da mesa, aquilo inclusive lembraria um escritório se não tivessem mais assentos ao seu redor.
Em outras palavras, era uma mesa de jantar, onde outros convidados se reuniam para beber e jogar conversa fora. Claro, como havia duas crianças, ninguém beberia naquele momento.
— Oh, veio com surpresas hoje — falou o bispo, notando as duas crianças se aproximarem. — O que os trazem aqui, Liane e Celine?
— A gente encontrou um culto demoníaco no meio da noite! — alertou o garoto, chegando perto de Vylon. — Foi assustador, quase morremos! Queremos nos livrar deles antes que seja tarde, eles já devem estar mudando de lugar!
— Mesmo? Se fosse uma pessoa qualquer me dizendo isso, eu não acreditaria, mas como é você… posso acreditar. Pode chamar sua fada?
Por que sempre me incomodam com besteiras? Er’Ika se materializou antes que o garoto desse um pio, flutuando acima da cabeça de Liane. — Diga o que você quer, bispo.
— Quero que me explique em detalhes a situação e precisarei de um favor. Você consegue melhorar uma arma para mim?
A entidade franziu o cenho, entendendo quase de imediato o que se passava na mente astuta daquele sujeito. Essa desculpa era para provavelmente obter uma nova relíquia e usar a desculpa que a deusa entregou uma ferramenta para expurgar o mau. Aumentaria e muito a influência da igreja em Verdan, assim como servia para reforçar a fé dos plebeus residentes.
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Esse plano chegava a ser diabólico quando Er’Ika esteve na mesma sintonia de pensamento, era algo que ele mesmo aplicaria se tivesse a chance. Pelo visto, o bispo não era a pessoa certinha como imaginou, o que fez o deus adorá-lo por conta desse comportamento.
— Eu vejo através de você, bispo… — Mostrou um sorriso, seus minúsculos dentes apareceram. — Gosto da ideia. Ande, me dê a arma, explicarei a situação enquanto faço os ajustes.
Vylon tirou uma lança do armário, que possuía um pano felpudo no pomo e diversos adornos ao longo do cabo. Um risco central da lâmina dividia a ponta em duas metades iguais. Ele pôs a arma sobre a mesa, o que logo deu a chance de Er’Ika para avaliá-la. O material era bom, um tipo de aço extremamente reforçado, enquanto o cabo tinha sido feito com uma madeira especial que foi cuidada e era sustentada com peças de metal por dentro.
Enquanto usava seus poderes para sondar a estrutura molecular do objeto, a fada aproveitou a oportunidade para contar sobre os eventos. A começar pela parte de Liane, pois recém-descobriram que ele tinha uma sensibilidade para energia demoníaca, trazendo-os assim ao covil da seita. Eles não invadiram, já que alguém os atacou antes de seguirem, por consequência, ferindo Celine que os protegeu.
Enquanto contava, Er’Ika fazia um trabalho milimétrico na lança, trocando os pontos onde a suposta mana poderia entrar e também aprimorando a sua condutividade. Era impossível mudar por completo as propriedades porque cada material possuía uma estrutura única, mas algumas podiam ter a eficiência melhorada.
Seu trabalho era semelhante a encantar, no entanto, aqueles especializados nesse ofício usavam ferramentas personalizadas e uma metodologia oposta. Com os estudos recentes ao lado de Ludio, a entidade descobriu parte desse ofício, entendendo que gravavam caracteres para direcionar a modificação desejada no objeto. Por outro lado, ele mexia em tudo, sendo uma ação muito manual ao invés do automático com gravação de runas.
— Está feito — avisou, retraindo a energia sobrepondo a lança. — Agora a condução de energia divina deve ter escalado horrores, também alterei a resistência e coloquei um meio de mudar o alcance. Pequenino, pode pegar?
Liane acenou com a cabeça. Na hora que tocou no cabo, a lança se encolheu para perfeitamente encaixar a palma. Era pequeno devido à estatura de uma criança.
— O tamanho se adapta ao indivíduo, no entanto, ela ainda pode esticar com um comando.
Er’Ika ativou essa função sozinho, bombardeando o pomo com energia, simulando uma espécie de canhão que empurrou a ponta da arma em linha reta.
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— Tem também mais uma função, a minha favorita. Liane, lance energia divina e deixe fluir pelo cabo.
Assim que o garoto fez, mesmo que com um minúsculo resquício de poder, o objeto abraçou essa energia e conduziu para fora em um tipo de brasa. Todos na sala, especialmente Vylon, estavam embasbacados, os olhos do bispo até ganharam um brilho incomum.
— Resumindo, qualquer energia divina, independente da quantidade, se transformará em fogo se o portador quiser. A única coisa que precisa fazer é permitir que saia, mas requer um pouco de prática…
A entidade esboçou um novo sorriso, cheio de malícia ao devolver aquele artefato caríssimo para os padrões das pessoas. Vylon se assustou, não acreditando nessa radiante arma na frente dos seus olhos.
— Se eu pudesse, teria colocado vocês dois para dentro da igreja com qualquer recurso possível, mas para nos dar algo assim… — Ele segurou a lança, sentindo uma animação estranha. — Creio que não tenham o mesmo desejo. Eu prefiro também não envolver espíritos em nossos assuntos, e por isso, acho que você vai querer uma recompensa para dar algo tão valioso.
Era impossível deixar Er’Ika mais feliz do que a palavra recompensa. O peixe mordeu a isca.
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