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    Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.

    De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!

    Um suspiro de alívio recaiu sobre os residentes do Mosteiro Prateado. A terra sagrada de Lithia invadida por demônios, quem acreditaria em tal coisa? Independente do ceticismo, aquilo era fato, e poderia muito bem se tornar uma lenda a se contar para os recém-chegados. No entanto, aquele dia também era uma marca profunda para os irmãos e irmãs, quem perderam muitos amigos queridos antes e depois da batalha contra o demônio.

    Peny se encarregou de todas as manutenções necessárias para manter as atividades dentro do mosteiro operantes, esforçando-se o triplo para curar quem se machucou, além de oferecer um tratamento necessário a outros com sequelas mais graves. Já Dilia, acabou por se separar dos demais e ficou isolada num quarto com Cristal, sendo vitima da fadiga e do cansaço extremo pelo uso excessivo de magias.

    Ao menos, seu rosto foi adornado com um semblante sereno, de enfim ver sua querida filha bem. Ela sorria como nunca antes, cheia de graça e tranquilidade, esperando suas energias voltarem ao corpo. Grey manteve-se perto a todo instante, mas não disse uma palavra sequer, suas madeixas coravam e o rosto abaixava toda vez que entrava no quarto para deixar refeições durante o dia a dia. 

    Ele ainda participava da tutela especial do monge Morf, como se fosse uma pequena rota de escape para negar a realidade e de fato encarar as coisas de frente. Mesmo que sabendo disso, Dilia deixou o garoto realizar o que bem entendesse, pondo fé no tempo acima de tudo.

    Então, uma semana passou voando.

    A comitiva do bispado chegou às pressas na entrada da comunidade, acompanhada de cavaleiros de armadura prateada e capas escuras, além de um conjunto de sacerdotes e clérigos. Quem liderava a comitiva era um paladino de cabelo curto e olhos puxados, as pupilas espiralavam num grande vazio que ia até as profundezas da alma, apenas para se dissipar em apatia.

    Peny esperava pacientemente na entrada, mexendo os dedos das mãos e suando horrores por baixo do chapéu na cabeça. Quando viu o paladino descer de seu cavalo na frente dela, quase soltou um grito de susto, sendo repentinamente puxada para o mundo real como se tivesse ficado fora de órbita por horas. 

    — Bis-Bispo Vylon, é-é uma honra! — ela cumprimentou, realizando uma reverência e abaixando a cabeça.

    — Me leve a criança, quero conferir com meus próprios olhos.

    — Com-Com prazer…

    A freira subiu as escadarias e guiou-o pelo caminho, logo mais alguns sacerdotes também vieram ao encalço para olharem com os próprios olhos para a filha de Lithia. Não demorou para que chegasse na porta do quarto, onde Peny ergueu a mão e bateu diversas vezes. Um “Entre” ecoou de dentro do alojamento, então ela prontamente girou a maçaneta e abriu a porta, no entanto, de última hora, interrompeu o passo e viu os demais homens que queriam entrar.

    — Hãã… des-desculpe, o quarto é pequeno e a madame está muito doente, seria melhor uma pessoa entrar de cada vez…

    — Besteira — reclamou um dos sacerdotes. — Viemos pela criança, não pela mulher. Ela pode tolerar nossa presença.

    — Abaixe seu tom de voz — retrucou Vylon. — Estamos no domínio da deusa, a figura da mãe é a mais importante que existe. Não quero ouvir nenhum comentário que denegre a imagem dela, então se pretendem fazer comentários desse tipo, que mantenham-se quietos.

    Essa fala congelou os demais no lugar. A freira agradeceu do fundo do coração pela natureza complacente do bispo, imaginando que talvez tivesse mais problemas se ela mesma insistisse demais. 

    — Eu entrarei primeiro. Com licença…

    O paladino se prestou a adentrar o recinto, fechando a porta e em seguida varrendo o local com os olhos. Ele avistou uma linda moça deitada na cama, com uma bebêzinha embrulhada nos braços. Próximo dali, havia um outro garoto com o rosto abaixado e cortando uma maçã bem lentamente, seus olhos esverdeados apenas tiveram um vislumbre da feição do homem, antes de retornarem a fruta.

    Vylon não teve temor algum e seguiu em linha reta até estar perto da ponta da cama, onde primeiramente se encontrou com a suposta mãe da criança, uma madame claramente cansada e que estava noites sem dormir. Quanto ao bebê, de nome Cristal, ele a estranhou, mas logo entendeu porque era chamada de filha de Lithia, já que as pupilas de seus olhos ganharam um repentino brilho que substituiu o vazio pendente neles. 

    Ele se ajoelhou, com o braço cruzando o peitoral e um sorriso na face. Aquele gesto até assustou Peny igual um gato, que por um momento pensou em fugir por causa da movimentação, mas assim que viu ser apenas um gesto de agrado por parte dele, resolveu tolerar.

    — Me desculpe por essa apresentação estranha, madame, mas juro lealdade a você e a sua filha, a nascida de Lithia. Por favor, conte comigo para qualquer coisa que desejar.

    Grey, por algum motivo, sentiu-se comovido pelos gestos do moço, parecia até entrar uma luz mística para dentro da sala que destacava a figura dele e da bebêzinha. A imagem ficou gravada na sua cabeça, às vezes repetindo em ciclos inúmeras vezes pelo quão memóravel foi.

    Depois desse evento, não demorou para outros bispos e sacerdotes olharem a garota, chegando a unanimidade de que ela era de fato uma abençoada pela deusa. Claro, com isso, houveram atritos entre a mãe e os desejos da igreja, primeiro que ela queria se manter ao lado da sua filha por ser o último presente do marido, e também por conta dos problemas relacionados ao conde Minus.

    Já Grey, estava meio absorto em treinos e habilidades para se tornar um combatente divino, isso até mesmo fez seu caminho cedo ou tarde se separar da mãe e irmã. Ele teve a graça de ser escolhido pelo bispo Vylon devido ao seu relacionamento com Cristal, no entanto, isso o levou aos mais diversos problemas e situações. Por conta desse encontro infame, ele entrou numa aventura, conheceu diversas pessoas novas… mas nunca veio a se desculpar pela mãe sobre o que fez, e esse arrependimento perdurou por muito tempo consigo mesmo.

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