Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 137: Pulso Noturno
A vida de Liane entrou num ciclo estranho. Como esperado, a tutora Niara, juntamente de Silva, convenceram o marquês Sion a torná-lo escudeiro da espadachim, o que não demorou um dia para ser aprovado. Havia também o caso de Ludio, seu atual professor de magia, que começou a vir quase todo dia a sua casa para ensiná-lo mais e mais do mundo arcano, era uma forma de garantir sua boa estadia na academia alguns anos depois.
Nisso, a manhã era voltada ao treinamento com a espada, ajudando Silva com suas sessões de sparring e aprendendo juntamente com ela, as tardes eram cobertas de estudo em livros sem fim falando bulhufas sobre magia ao lado do mago velho, e por fim a noite se resumia a Er’Ika desejando realizar certas atividades. A principal consistia no controle de energia demoníaca, feita numa base diária para assegurar que a criança não teria problemas futuros quando se encontrasse com o poder sombrio.
Ele nunca parava, seus dias eram repletos de movimento, mas também cheios de cansaço. Liane, no final de mais uma sessão exaustiva de meditação, caiu contra o travesseiro igual um pedaço de rocha, sua cabeça parecia igual um balão cheio d’água prestes a estourar. Se pudesse dormir, seria a melhor coisa do mundo, mais do que a comida quentinha da irmã Zana num dia frio.
Não se desanime, você está indo muito bem até agora, pequenino.
“São coisas demais para fazer todo dia, não posso só voltar ao tempo que eu descansava na árvore do orfanato? Ou sei lá… fazer qualquer outra coisa?”
Quando for rico o bastante para se importar somente com qual meia usará no dia seguinte, você poderá ter esse luxo de descansar o quanto quiser. Por ora, precisamos continuar trabalhando, só assim vamos nos separar.
“Ainda assim, a gente poderia ir atrás de memórias ou uma pessoa muito específica, não?”
Oh, criança, começou a ficar mais ousado. Pensei que odiasse matar…
“Eu odeio… mas se quem morrer for uma pessoa má, tipo aqueles cultistas, não deve ter problema, né?”
Er’Ika sorriu por dentro, mas escondeu seus sentimentos. Seu receptáculo estava lentamente se tornando o que queria, agora havia toda uma gama diferente de pessoas para arrancar memórias. Liane, por outro lado, concordava grandemente com isso. Teria mesmo diferença se essas pessoas, que torturaram o grupo de Grey e vários inocentes, morressem? Aos seus olhos, livrar-se de pessoas ruins era um bom serviço a uma comunidade.
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Claro, ele ainda acreditava ser errado matar sem discernimento, virar um assassino louco ficou completamente fora de cogitação. Suspirou, agora a sonolência demorava para vir devido a conversa, com imagens piscando na mente da criança de quando tirou a vida de pessoas. Lá, não tinha outra escolha, era para o seu próprio bem e para dos outros também, foi um mal necessário.
Enquanto regurgitava as cenas, uma pulsação tomou conta das veias. Liane levantou a cabeça com pressa, não demorou para a sensação repetir.
“Erika, o que é isso?”
Ah, acho que você está detectando lapsos de energia demoníaca. Seu corpo é similar a uma barra fina, quando tem um pequeno impacto, ela absorve e reverbera.
“Quer dizer que tem gente mexendo com demônios aqui?”
Sim, e devem estar próximos. Pelo visto, você também é mais sensível do que eu, pois não detectei nada. Que tal darmos uma olhada, pequenino?
Liane acenou com a cabeça e saiu da cama, andando para fora de casa. Outro tremor tomou conta do sangue, e ele andou sem rumo exato pelas redondezas em busca da fonte. Algumas vezes ficava mais forte, significando que se aproximava do ponto central. Não demorou para que Er’Ika repassasse instruções, reparando uma estranha oscilação no ar e indicando para onde devia andar.
Eles adentraram o bosque nas proximidades, algumas casas foram construídas lá devido a localização, mas esses lugares em si nunca apresentaram nenhum traço de energia demoníaca até aquele dia. Quanto mais Liane chegava perto, mais uma inquietude apoderou do coração, com ventanias frias rasgando a pele e pulsos intensos. Era muito diferente dos primeiros contatos com aquele poder sombrio, tanto que precisou de uma camada de poder divino para não desmaiar devido a ansiedade.
Pare, já viemos longe demais.
“Por que? Nós podemos…”
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Você nunca que vai derrotá-los. Esses são bem diferentes daqueles da Vila do Dente, o número também é maior do que antes. Você também é só um, morrerá em pouco tempo se tentar qualquer coisa.
“O que eu faço? Volto e tento contactar o bispo Vylon sobre isso? Não demoraria muito?”
Esse é o melhor plano de ação. Agora, dê um passo para trás e saia andando devagar…
O garoto obedeceu a ordem, caminhando de costas para se afastar daquelas casas. Antes de notar, suas orelhas captaram o som de uma corda sendo apertada, seguido por um ruído no ar. Ele se deparou com uma flecha alvejando sua cabeça, que não demoraria para acertá-lo, e que caso tentasse desviar, ainda tinha uma altíssima chance de causar um dano irreversível.
Naquele mesmo instante, Er’Ika acionou todas as células no corpo para diminuir a chance de morte, sem que os dois notassem uma pessoa se colocando no caminho para impedir a flechada. Liane ficou de olhos arregalados, sua respiração subia e descia sem parar, deparando-se com o semblante doido de uma garota parado à sua frente. Era Celine, usando as costas de escudo para protegê-lo.
— Você está bem, jovem mestre? — ela questionou tendo a maior naturalidade do mundo.
— Celine, vo-você tá machucada!
— Isso? — Tirou o objeto da carne com as próprias mãos, jogando fora. — Isso não é nada. Volte agora, você estará em perigo se continuar aqui. Eu os manterei ocupado pelo máximo de tempo possível…
A serviçal puxou uma faca da coxa, perfeita para aquela ocasião. Seus olhos pararam no alvo, um homem encapuzado e armado com uma besta. Ele estava recarregando e praguejando baixinho, provavelmente devido a não ter atingido quem queria.
— Eu imploro, mestre, deixe-me ser o seu escudo.
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Liane mordeu o lábio, agora irritado por esse tipo de coisa. Era impossível de deixá-la morrer assim depois do que fez, o que logo trouxe uma raiva ao coração, retransmitida em faíscas elétricas que correram ao longo do braço.
— De jeito nenhum que eu permitiria isso!
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