Ei, você é curioso? Se for, que bom, deixo saberem o quanto quiserem de mim! Pra começo de conversa, eu sou um sapo mágico, tá ligado? Eu sei que minha foto de perfil engana, mas é sério! Infelizmente, estou preso no fundo do poço, minha sabedoria não pode sair desse lugar, mas você pode sempre vir aqui e jogar uma moedinha ou perguntar ao sapo do poço sobre sua sabedoria.
De qualquer forma, esse sapo já foi autor de outras coisas, sabia? Ele também ensina e faz trabalhos relacionados a escrita! Bizarro? Com certeza é um sapo mágico, oras! Agora, se encante com minha magia e leia todas as minhas histórias (e entre no discord), simsalabim!
Capítulo 145: Você Acordará, Eu Garanto
— Ela ficará dormindo por um tempo.
As mãos de Liane tremiam, sua preocupação só vinha a aumentar quando o doutor passou o diagnóstico. Sua cabeça inquieta revivia a cena nas ruas de Verdan, quando encontrou Zana com o rosto parcialmente queimado e caída no chão. Seus gritos e choros de nada adiantaram, mas felizmente uma tropa de paladinos e de clérigos vieram ao local para cuidar dos feridos, apaziguando a situação.
Ela recebeu o melhor tratamento possível, mas nem isso permitiu que acordasse de novo. Agora, duas crianças esperavam por uma resposta, sentados próximo a cama que a mulher estava deitada, apenas para o clérigo dar a notícia. Liane imediatamente entendeu o que significava aquele “dormir por um tempo”, era um meio de se referir ao seu estado de “coma”.
O garoto não perdeu tempo quando se encontraram na primeira vez, a todo momento conferiu os batimentos cardíacos e sinais vitais de Zana por meio de Er’Ika, e até o momento, os sinais indicavam que ela entrou num estado de hibernação e continuaria dormindo por tempo indeterminado. Assim que o médico saiu da sala, Liane chegou perto da cama e tocou na mão da irmã.
“Erika, por favor, faça alguma coisa por ela, por favor…”
Pequenino, eu não posso fazer isso, você sabe que não consigo curar feridas.
“Não me importa, eu só quero que faça ela acordar, te imploro! Eu não quero me separar da irmã assim, eu não quero que ela morra, Erika!”
A sala entrou num puro silêncio, interrompido somente por soluços de Liane, que não conseguiu segurar a tristeza fluindo pelas emoções. Como diabos manteria o jeito alegre e tímido quando a pessoa mais importante da sua vida estava morrendo e ele só podia observar? Já havia chorado muito, mas aquele momento queria destroçar seu coração com dores.
Uma mão amiga o tocou no ombro. Celine não tardou em abraçá-lo, tentando confortar aquela angustia maldita. Nunca seria o bastante, ela sabia disso, era um meio de confortar o seu mestre em constante sofrência. Parecia até que algo o amaldiçoou, primeiro ser raptado por ladrões, então enfrentar cultos demoníacos e perder a irmã.
— Mestre, eu estou aqui, farei tudo o que puder no meu alcance para tirar essa sua tristeza. — Ela então largou o abraço e se ajoelhou, cruzando o braço pelo peito. — A madame Zana sempre me disse que o objetivo maior dela é garantir a sua segurança e felicidade, então eu imploro, me use para alcançar isso. Tenho certeza que a madame pediria o mesmo se estivesse consciente no momento.
Celine abaixou a cabeça, em plena submissão. Esse era o comportamento típico da relação mestre-servo, coisa que Liane tanto odiava, mas que ela revivia enquanto os dois estivessem próximos. O garoto fungou, limpando as lágrimas pela primeira vez, sem saber o que falar para a mocinha ajoelhada. Nesse momento, nem sequer pensava que Celine era capaz de qualquer coisa para ajudá-los nesse momento.
Tive uma hipótese, mas precisamos usá-la se quiser seguir a minha ideia.
“Espera, você falou sério agora?!” Uma animação repentinamente o preencheu diante da mudança repentina de Er’Ika. “O que a gente tem que tentar?”
Celine virará nosso ratinho de experimentos. Lembra de quando modifiquei Jessia e ela ganhou um pico de força absurdo, além de ter ficado mais jovem? Desde aquele momento, quis usar mais vezes a minha habilidade de melhoria, não posso aplicar e testar em ti porque é perigoso e não sei os efeitos colaterais, mas com essa garota aqui…
“Você tá querendo praticar a sua habilidade em Celine? Mas essa técnica não envolve cura, como isso daria certo?”
É um investimento, Liane. Quero aprender como utilizá-la direito, e então atacar as seitas com ela. Celine será nossa poderosa guarda-costas e matará todos, assim podemos coletar conhecimento dos cultistas, aprender a usar ambos os tipos de energia e cedo ou tarde saber uma técnica básica de cura.
Ele engoliu seco. Aquilo era uma boa ideia do ponto de vista da entidade, pois quando mataram os cultistas na Vila do Dente, descobriram que o líder era um ex-paladino que continha certas memórias sobre o uso de energia divina. Se o mesmo caso se aplicasse as seitas, inevitavelmente não encontrariam alguém com o conhecimento de cura? Liane cerrou os punhos, no final, só tinha uma escolha possível se quisesse que sua irmã voltasse ao normal.
— Celine, vamos saindo — disse, apanhando a mochila e jogando nas costas.
— Certeza, mestre? Não devemos esperar mais um tempo e chamar o bispo Vylon para nos ajudar?
— Se uma pessoa da alta hierarquia da igreja aparecer aqui, causarão alvoroço, e todos ficarão curiosos para saber quem foi curado. Só traria mais problemas…
Agora Liane estava pensando de forma mais lógica. A única razão pela qual conseguiram se comunicar com Vylon da última vez foi por terem entrado tarde da noite e escondidos, o que impediu de rumores e problemas aparecerem. Os dois saíram da clínica, caminhando sozinhos de volta para casa nos subúrbios. Raios laranjas do sol jogavam sombras por toda Verdan, lentamente tirando os monstros nojentos para fora da toca.
A tristeza consumia o peito conforme seus pés tocavam o chão. Não estava ao lado da irmã, não retornaria para casa de mãos dadas com ela. Depois de tanto sofrimento, Liane se cansou. Ele queria mudar o destino e impedir que esses acontecimentos parassem, de apenas viver em paz ao lado da irmã e dormir sem pensar no amanhã, porém, sempre havia algo ou alguém para arruinar seu mundo perfeito.
Celine segurou no braço de Liane. Aquilo diminuiu as chamas do ódio, um toque suave como água, cheio de empatia para tirá-lo da sarjeta. O garoto nunca entendeu direito como aquela empregada agia, muito menos sabia dizer o porquê era tão devota assim. Contudo, havia motivo para confiar nela.
“Erika, eu sei que vou me arrepender do que faremos com ela…”
Não se preocupe, eu estarei observando e impedirei qualquer dano significativo.
“Me garanta, por favor. Vou me culpar pelo restante da vida se Celine morrer porque escolhi um jeito idiota para salvar Zana.”
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